SP MEETING leva cientistas para Perus, um território em disputa

No distrito de Perus, na zona noroeste de São Paulo, a interação entre ativos ambientais e produção rural traz à tona questões fundamentais sobre o uso e a ocupação do território.

Na visita realizada com os integrantes do SP Meeting , o estudo “Perus, território em disputa: ativos ambientais, produção rural e desenvolvimento regional” examina como essas interações intensificam disputas territoriais e impactam o desenvolvimento local.

Com áreas de mananciais e remanescentes de Mata Atlântica, Perus é uma região de importância ambiental, fundamental para a preservação da biodiversidade e para a regulação climática. No entanto, essa riqueza natural é constantemente ameaçada pelo crescimento urbano e pela demanda por novos usos do solo.

A produção rural em Perus, historicamente baseada na agricultura familiar, também é impactada por esse processo. A visita se iniciou pela Comunidade Cultural Quilombaque, movimento dos quilombolas, com apresentação do Prof Euler (PDSP), seguiu pelo acampamento do Movimento Sem Terra “Comuna Irmã Alberta” e finalizou com uma visita à barragem da represa Paiva Castro, situada à montante da cidade de Franco da Rocha, e que faz parte do sistema Cantareira que abastece parte da cidade de São Paulo. A cada nova visita, os pesquisadores ratificavam a importância da Ciência estar próxima das comunidades.

Para o Professor Afonso Castro, INCT Klimapolis/ Ciamclima Mackenzie que coordenou a visita, a existência de políticas integradas que conciliem a proteção dos ativos ambientais com a produção rural representa uma alternativa para que a região realize plenamente seu potencial como um modelo de desenvolvimento sustentável.

A situação exige soluções que levem em conta as complexidades do território estratégico do ponto de vista das infraestruturas, que articule as escalas locais com as dinâmicas regionais conciliando as permanentes disputas pelo uso da terra com a preservação ambiental; e valorizem tanto o papel dos agricultores como o dos ambientalistas na construção de um futuro mais equilibrado.