Cidades em transformação: do reuso de edifícios ao microclima urbano

O quinto dia do SP Meeting INCT Klimapolis, realizado na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, apresentou uma programação intensa e diversa, abordando desde o reaproveitamento adaptativo de edifícios até os desafios da mobilidade urbana e dos microclimas nas cidades.

A primeira parte da programação foi dedicada ao eixo “Rethinking office buildings: adaptive reuse as urban strategy”, que trouxe reflexões sobre a recuperação das galerias comerciais como ativadores urbanos, a conversão de edifícios de escritórios em moradias de baixo carbono, a concepção de edifícios híbridos que funcionam como fábricas e espaços de trabalho, a análise das transformações históricas do Belgrade’s Western City Gate e a investigação crítica sobre a conversão de arranha-céus modernistas em habitação residencial.

Na sequência, o debate se voltou ao tema “Shared mobility – Urban planning nexus for accelerating urban mobility system”, destacando experiências de design de ruas sensíveis à questão de gênero e o uso da bicicleta compartilhada em Oaxaca, a regeneração social e urbana da Rua Rainha Ginga, as desconexões e desigualdades urbanas observadas a partir de vozes locais, a relação entre sons urbanos e mobilidade e, por fim, uma abordagem integrada sobre a mobilidade compartilhada como estratégia para acelerar a transformação dos sistemas urbanos.

Encerrando o dia, o eixo “The urban microclimate: a thermal construct of socio-environmental imprints (Reforesting cities)” trouxe pesquisas e projetos inovadores que abordam os microclimas urbanos como elementos fundamentais de adaptação climática. Foram apresentados estudos sobre o desenho de futuros urbanos em Turim a partir da rede de rios, o projeto CIAM Clima, que integra infraestrutura e adaptação às mudanças climáticas, a revalorização da paisagem industrial em Tumán (Peru), a criação de biohortos como estratégia para reduzir o estresse térmico em climas desérticos, a discussão sobre os microclimas urbanos como construções térmicas de impressões socioambientais e, por fim, a proposta da cidade compacta periférica como experimento de tratamento metropolitano em Sapopemba, São Paulo.

A plateia presente participou ativamente fazendo perguntas e reafirmando a importância de diálogos para a construção de cidades mais resilientes diante dos desafios climáticos.