Ciência e planejamento, climático: reflexões do SP Meeting – INCT Klimapolis na Bienal de Arquitetura

Dentro da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, o SP Meeting INCT Klimapolis ocupou o Auditório da Oca, no subsolo do Parque Ibirapuera, para discutir caminhos possíveis em torno da sustentabilidade urbana e do enfrentamento à crise climática.

No segundo dia, o primeiro bloco de debates foi dedicado ao tema “Como a ciência pode apoiar a reutilização sustentável de áreas de conversão em metrópoles?”. A partir dele, diferentes experiências foram apresentadas. O público acompanhou reflexões sobre as ecologias de várzea e seus aprendizados coletivos em áreas de conversão na cidade de São Paulo; sobre o caso internacional do Campus EUREF em Berlim, referência em reuso urbano sustentável; e sobre o Laboratório de Mundo Real para segurança hídrica na bacia do rio Pitimbu, que demonstrou o papel da ciência participativa e da governança adaptativa.

Também foram destacadas experiências de reconhecimento e reocupação do patrimônio ferro-portuário da cidade de Rosario, na Argentina, e uma reflexão ampla sobre a ciência do planejamento e a arte da negociação, ressaltando como o diálogo entre técnica e política é fundamental para a transformação urbana sustentável.

Na segunda etapa, a discussão se voltou para o tema “El monitoramiento climático en las investigaciones latino-americanas”, que reuniu pesquisas desenvolvidas em diferentes países da região. Foram compartilhadas experiências como o monitoramento da Alameda de Talca, no Chile, aplicado ao estudo de bacias hidrográficas, o Experimento em Mundo Real de Natal, e o monitoramento microclimático com base em dados abertos no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

O bloco também trouxe análises sobre a variabilidade climática e as tendências de temperatura, precipitação e radiação solar em estados brasileiros, destacando implicações regionais e temporais. Outra contribuição importante foi a reflexão sobre como as pesquisas em mudanças climáticas partem das observações ambientais para construir diagnósticos e cenários. Por fim, foi debatido o papel dos instrumentos urbanísticos e ambientais diante da crise climática em cidades brasileiras, apontando tanto suas possibilidades quanto suas contradições.

O encontro deixou claro que os desafios da sustentabilidade em metrópoles exigem abordagens múltiplas: do olhar ecológico e patrimonial ao planejamento participativo, da análise climática detalhada às ferramentas de governança urbana. Ao reunir perspectivas tão diversas, o SP Meeting INCT Klimapolis demonstrou o potencial da ciência para dialogar com a prática e apoiar soluções concretas em tempos de transformação global.