No último dia do VII ECLIM, realizado em 28 de novembro no Anfiteatro A do CCET na UFRN, as discussões giraram em torno dos impactos das mudanças climáticas nas cidades costeiras brasileiras, com destaque para a palestra do coordenador da sub-rede Água e Solo, professor Venerando Amaro, e da vice-coordenadora do INCT Klimapolis, professora Judith Hoelzemann.
O professor Venerando Amaro abordou a “Emergência climática e impactos na infraestrutura urbana costeira”. Em sua palestra, ele destacou os principais fatores que contribuem para o desequilíbrio dessas infraestruturas. Venerando alertou sobre o aumento da temperatura dos oceanos e o consequente aumento do nível do mar nos últimos anos, fatores que têm acelerado o processo erosivo em regiões costeiras. “Atualmente, cerca de 65% da área costeira do Nordeste brasileiro está sendo afetada pela erosão”, explicou. Esse processo, que leva à inundação marinha, compromete seriamente as infraestruturas urbanas e naturais.
Venerando também explicou que as falésias que dominam boa parte do litoral brasileiro, formadas por arenito, não suportam o impacto das ondas, o que agrava ainda mais a situação. “A única proteção natural das falésias são as praias. Quando essas praias sofrem perda de área devido à erosão, há uma retração da linha de costa”, afirmou o professor. Esse fenômeno é particularmente preocupante porque muitas das principais cidades turísticas brasileiras estão localizadas justamente nas áreas mais vulneráveis a esses processos erosivos.
Na palestra seguinte, a professora Judith Hoelzemann apresentou a história e a estrutura do projeto. “O INCT Klimapolis é um projeto transdisciplinar, o que significa que envolve não só a academia, mas também profissionais de outras áreas, trabalhando com a sociedade para desenvolver soluções práticas”, afirmou Judith.