BmBF Klimapolis foi um projeto transdisciplinar financiado pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha (BmBF). Por meio de diálogos contínuos com várias partes interessadas, o projeto tinha como objetivo melhorar a consciência sobre a preservação do meio-ambiente e aprendizagem social, contribuindo para o desenvolvimento de cidades ambientalmente resilientes no Brasil. O projeto enfatizou as conexões entre clima, qualidade da água, poluição do ar e atores sociais. Ele envolveu a colaboração com autoridades municipais e outros atores urbanos para co-desenvolver estratégias que apoiassem o desenvolvimento urbano sustentável e fortalecerem as estruturas de governança climática nas cidades.
De 2017 a 2024, foi formada uma parceria entre instituições alemãs e brasileiras por meio de um acordo entre o Instituto Max Planck de Meteorologia (MPI-M) e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Essa colaboração incluiu o “Laboratório sobre Clima Urbano, Água e Poluição do Ar: Modelagem, Planejamento, Monitoramento, Aprendizagem Social” (Laboratório Klimapolis). A parceria levou à organização de sete eventos científicos internacionais e interdisciplinares e resultou na publicação de mais de trinta artigos científicos. (CLIQUE AQUI PARA VER AS PUBLICAÇÕES)
Uma contribuição científica significativa do Klimapolis veio do pos-doc do projeto, Dr. Adrien Deroubaix, que conduziu um estudo comparando modelos de qualidade do ar na cidade de São Paulo, Brasil. Como a maior cidade da América do Sul, São Paulo está situada perto da costa em um platô a cerca de 800 metros acima do nível do mar e apresenta um clima tropical. O status de São Paulo como uma megacidade apresenta desafios para os modelos regionais de qualidade do ar, que precisam operar em uma resolução suficiente para capturar com precisão os processos que contribuem para as altas concentrações e a significativa variabilidade diurna dos principais poluentes.
Gráfico produzido pelo Dr. Deroubaix descrevendo suas descobertas sobre a intercomparação da Previsão da Qualidade do Ar na cidade de São Paulo, Brasil
Neste estudo, o Dr. Deroubaix avaliou os pontos fortes e fracos das concentrações modeladas de poluentes regulamentados (CO, O3, NO2, PM2.5, PM10) ao longo de três períodos contrastantes em 2019. Quatro modelos de Química e Transporte estão envolvidos nesta intercomparação de resultados de modelagem de alta resolução, com menos de 5 km. O estudo investigou os poluentes primários, a meteorologia, a fotoquímica, bem como o desempenho de alertas de ozônio e PM2.5 quando os padrões de qualidade do ar da OMS não são atendidos. Os resultados mostram que todos os modelos apresentam bom desempenho, dependendo do período e dos poluentes, sendo que o desempenho da mediana de múltiplos modelos é o melhor, como já demonstrado para outras regiões.
Além disso, o projeto BmBF cresceu significativamente ao longo do tempo, incluindo numerosos parceiros no Brasil e na Alemanha.
A colaboração entre os pesquisadores do Laboratório Klimapolis levou ao estabelecimento de um novo programa de pesquisa. Nos próximos cinco anos (2023 a 2027), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Klimapolis (INCT), apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, através do CNPq, liderará o projeto Klimapolis. Esta iniciativa integrará as responsabilidades e os participantes do anterior Laboratório Klimapolis BmBF, fortalecendo a parceria e expandindo seu impacto.