“O Desafio da Cooperação Global para Adaptação Urbana”, as discussões iniciaram com foco nos modelos e Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável, o evento apresentou uma programação intensa voltada para a resiliência hídrica urbana e a construção de comunidades conscientes do uso da água. As discussões contaram com especialistas internacionais, como os professores do Indian Institute of Technology e da Technische Universität Hamburg (TUHH), além de renomados gestores e acadêmicos de várias universidades brasileiras.
Um dos destaques do dia foi a mesa “Erosão Costeira, Inundações e Comunidades”, que trouxe à tona o impacto da erosão costeira nas populações litorâneas e abordou como comunidades vulneráveis podem enfrentar esses desafios climáticos. O professor Venerando Amaro, pesquisador do INCT Klimapolis/UFRN, ofereceu uma análise profunda sobre como a erosão afeta diretamente o cotidiano da comunidade tradicional indígena Potiguara Sagi Trabanda-Jacu, da praia de Sagi, no Rio Grande do Norte e como o engajamento comunitário é essencial para a resiliência local. “Trago uma reflexão: como podemos combinar nosso conhecimento, da academia, e da comunidade, para enfrentar juntos os desafios das mudanças climáticas?
Os cientistas Peter Fröhle (TUHH, Alemanha) e Ana Marcelino (IDEMA) também contribuíram, chamando atenção de como fazer que a ciência alcance a política e a política respeite a diversidade de cada local sem promover ainda mais injustiças climáticas. A moderação da mesa ficou por conta de Solange Telles (UPM) e Maryam Imani (ARU/WSDP), que promoveram as diferentes visões diante de perspectivas de respostas de adaptação a situações diversas, a partir de uma perspectiva socioambiental, trazendo soluções para áreas prioritárias para conservação onde vivem comunidades tradicionais.
As apresentações seguiram o painel “Modelagem Hidrológica” que abordou soluções para aumentar a resiliência das bacias urbanas a inundações, com a presença de Murty Bhallamudi e Balaji Narasimhan, ambos do Indian Institute of Technology de Madras, Índia, e Filipe Falcetta (IPT). A sessão, moderada por Bruno Pecini (UPM) e Renata Moreira (UFABC), apresentou a complexidade de delimitar parâmetros em áreas de bacias informais, destacando os desafios técnicos de inclusão dessas áreas na modelagem hidrológica, com contribuições de Peter Fröhle (TUHH, Alemanha) e Bruna Costa Vieira (ITA/TUHH).
Já a mesa “Soluções Baseadas na Natureza e Comunidades Conscientes dos Recursos Hídricos” trouxe a perspectiva internacional de Kirsty Carden, da University of Cape Town, África do Sul, e Natasa Manojlovic, do Reconnect Project da Alemanha, que enfatizaram o papel das soluções naturais na conservação hídrica e no engajamento comunitário. A professora Zoraide Pessoa também pesquisadora do INCT Klimapolis/UFRN e coordenadora do LISAT, destacou a importância do envolvimento local em projetos de conservação. “A capacidade de gestão em cenários de desastres está muito longe de ter uma capacidade adaptativa. Precisamos começar pela educação climática e ambiental, apostando nos jovens e na capacidade deles de refletir sobre como construir um território sustentável, para cobrar providências,” alertou a pesquisadora.
Para finalizar, o painel “Drenagem Urbana e Qualidade de Vida” discutiu a integração da qualidade de vida nos projetos de drenagem urbana, com Christopher Maidment (Henley Business School, Reino Unido) Adriana e Lino Sander (INCT Klimapolis/UFRJ), reforçando a importância de decisões de projeto e monitoramento das áreas urbanas que priorizem o bem-estar dos moradores. Com mediação de Renata Priore Lima (UPM) e Daniel Francisco Menezes Nagao (UPM), os participantes exploraram abordagens humanizadas para a drenagem e a sustentabilidade urbana e o uso da tecnologia para planejar, projetar e monitorar a implantação de Soluções Baseadas na Natureza nas cidades buscando aumentar a resiliência urbana.