Uma oficina realizada no Jardim Indaiá, na zona leste de São Paulo, promoveu escuta e construção coletiva sobre as condições ambientais deste bairro na zona leste de São Paulo. A ação reuniu educadores, profissionais de saúde e moradores para refletir sobre as condições ambientais a partir da observação cotidiana, fruto de uma parceria entre a Diretoria Regional de Educação (DRE) São Miguel, da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, e a Unidade Básica de Saúde Santa Luzia, integrando um processo formativo que aposta no diálogo entre os saberes locais e os conhecimentos técnicos.
A atividade foi organizada por Iolanda Cruz, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (PPGAU-USJT). Desde 2017, Iolanda atua na formação de professores na DRE São Miguel, com foco nas áreas de Educação Integral, Ciências Humanas, Educação de Jovens e Adultos (com destaque para o MOVA), Avaliação, Acompanhamento das Aprendizagens e questões territoriais.
Iolanda integra também os grupos de estudo do INCT Klimapolis e do CiamClima, redes de pesquisa interinstitucionais voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas e o fortalecimento da resiliência urbana com participação social.“O objetivo da oficina é construir um entendimento comum com a população sobre as características das casas, ruas e espaços públicos do bairro, e como essas características se relacionam com aspectos ambientais como a temperatura, a qualidade e a umidade relativa do ar”, explica Iolanda.
Durante a oficina, moradores compartilharam suas percepções sobre o clima, as transformações urbanas, a arborização e os desafios ambientais da região. O grupo também fez um mapeamento afetivo e territorial, identificando pontos críticos e potenciais de cuidado no bairro.
Um dos focos da atividade foi a hidrografia local, com destaque para uma das nascentes do Ribeirão Lageado e os diversos olhos d’água que a circundam. A gestão dos resíduos sólidos também entrou em pauta, sendo observada a partir da vivência dos moradores e do impacto cotidiano sobre os córregos e áreas verdes.A oficina faz parte de um movimento maior de valorização dos territórios e das ações intersetoriais entre educação e saúde pública, que têm se mostrado fundamentais na construção de cidades mais justas e ambientalmente responsáveis.“A participação da comunidade foi essencial. É ela quem vive o território no dia a dia, e só com essa escuta é possível pensar em soluções sustentáveis e viáveis para melhorar a qualidade de vida de todos”, reforça Iolanda.