O I MINI-WORKSHOP INCT–KLIMAPOLIS PARA APRESENTAÇÃO, PLANEJAMENTO E DIRETRIZES DOS EXPERIMENTOS DO MUNDO REAL – EMR ESTÁ SENDO REALIZADO NA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA UFRN.
Os EMRs são estruturados por meio de abordagens interdisciplinares, norteadas pela análise de territórios urbanos vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças do clima, buscando construir estratégias para sua superação. Para isso, propõe-se a reunião e ação combinada de pesquisadores, gestores, comunidades tradicionais e residentes nos território em questão, entendendo que, para além dos dados e conhecimento técnico (dos cientistas) da capacidade de tomada de decisões (dos gestores) é preciso que a população seja capaz de identificar as causas dos problemas a que está submetida, permitindo, por sua vez, que as soluções mais adequadas sejam pactuadas, apropriadas e por ela cobradas. “O primeiro exercício do INCT Klimapolis nessa direção se deu na cidade de São Paulo – subprefeitura do Itaim Paulista – sob coordenação da professora Ana Paula Koury, que veio compartilhar com a gente a sua experiência na área”, enfatizou a vice-coordenadora do INCT Klimapolis, Professora Judith Hoelzemann
Pela manhã, no mini-auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, na UFRN, a programação contemplou o objetivo de debater as boas práticas de EMR desenvolvidas no contexto do LABItaim de forma a ampliar o conhecimento acerca da metodologia dos EMR e apresentação dos atuais projetos de EMRs em planejamento para a região metropolitana de Natal.
O encontro foi realizado em três momentos, no formato workshop, iniciando com a apresentação dos conceitos, metodologia e experiência de desenvolvimento de EMR a partir da experiência coordenada no Itaim Paulista pela professora Ana Paula Koury que ressaltou a importância do diálogo entre diferentes atores para a busca e efetivação das melhores soluções para os problemas urbanos. “O diálogo faz com que todos possam aprender e ensinar, integrando inclusive campos diferentes da ciência, das comunidades, gestão e empresas. De modo geral, a experiência Klimapolis que tive na Alemanha e trouxemos para o Brasil, trabalha com base em 4 pilares: planejamento, governança, modelagem e sensoriamento. Nossa meta é construir evidencias cientificas integrada ao movimento participativo.” Ressaltou a professora paulistana convidada para compartilhar sua experiencia neste primeiro workshop, na capital potiguar.
A programação seguiu com os pesquisadores das subredes locais que expuseram suas propostas locais para subsequente debate, pontuando quais são seus objetivos, os agentes-gestores e os agentes-comunitários envolvidos. A pesquisadora Dra. Sarah Andrade (DARQ/UFRN, Pesquisadora do Eixo transversal EMRs + subrede Água e Solo do INCT Klimapolis) e o Prof. Venerando Amaro (DECAM/CT/UFRN – Coordenador da Sub-rede Água e Solo do INCT Klimapolis, apresentaram o Projeto SR2.1: Emergência climática e Experimentos do Mundo Real: uma contribuição à adaptação das cidades costeiras a partir da Orla de Natal. A temperatura do oceano tem mudado bastante. No Atlântico Sul, há constante intensificação da energia das ondas. Nas últimas 4 décadas, a taxa de retração que aumentava um metro por ano, agora está chegando a quase 2 metros para o mesmo período. O litoral de Natal, com seus 26km de praia, tem alto grau de vulnerabilidade e caso a ocupação continue acontecendo de forma equivocada, isso deve piorar porque quando se defende um lado, empurra o problema para outro ponto.” Alerta feito pelo Professor Venerando Eustáquio, que está acompanhando com estudos de longo prazo essa questão.
A programação da manhã seguiu com a participação de representantes da Secretaria Estadual de Saúde que falaram sobre o trabalho que realizam sobre os impactos de questões climáticas, como a qualidade do ar, especialmente junto às crianças com menos de 5 anos de idade. À tarde de hoje, segue com as atividades do Workshop e dia 01 de agosto haverá visita de campo da SUBREDE ÁGUA E SOLO para apresentar in loco o projeto sobre vazão e qualidade da água do Rio Pitimbu (Natal-Parnamirim) única fonte de água potável de superfície para a Região Metropolitana de Natal.